terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ciranda da angústia





Resistir e resistir
e existir e desistir

Não sei de onde vem,
se é ela quem desencadeia...
se é ela desencadeada...

Quem é o agente?
Nós, a gente.
Ou a ausência disso:
sós, doente.

É um acúmulo, apertado:
nós... que entopem, entalam.

ela engendra a febre!
sangue que não corre...
escorre
pelo vácuo dos tabus

Pois não. É um delírio!
Intoxicação:
que se cala com a ação.

Veneno que dá nela.
Primeiro mal de corpo
Depois humor parco.

Efeito rarefeito
filho de um feitiço
um reboliço indefinido:
onde está a ponta?
o começo e o fim?

Não sei de onde vem,
se é ela quem desencadeia...
se é ela desencadeada...

resta um peito estreito
angosto
sem cantos
e sem ângulos
resumido na moléstia
da angústia sufocante.

Resistir e desistir

Existir e resistir.

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