quinta-feira, 14 de agosto de 2014

El árbol-yo



A veces
me siento como
ese árbol
bajo el frío
de un día acálido
de los más quemantes
e intrépidos fríos

cuyas hojas maduras
y venideras
tiritan conjuntamente

El viento solo sabe producir
un movimiento gris

Soy como ese árbol resequido
guardando recuerdos
de tiempos cercanos
hojas viejas verdes y amarillentas

Soy como ese árbol sereno
esperando en flor
que salgan sus nuevos colores

Soy como ese árbol entremezclado
dudando y creyendo
en un plumaje
de veras ambivalente

Soy ese árbol
medio borroso
medio yo mismo

Soy lo que se ve
aunque las raíces
nunca se las
voy a lucir

Nada




Assim como na balada
entoada por repetidas noites:
Eu não tenho nada.
Sou eu que não tenho 
Nada, nada, nada.



Você tem algo...
talvez não seja tudo
mas é uma parte

Eu, contrariamente,
Não tenho nada.
Sou eu que não tenho
Nada, nada, nada.

Talvez você não tenha
a memória daquele entusiasmo.
Talvez foi melhor esquecer
Para renovar

Em vez de nada,
tenho a memória
que você anda fazendo questão
de esquecer.

A renovação te deu
uma parte.
Não renovei,
tenho nada.
Continuo não tendo nada
Nada, nada, nada.

Um nada tão vazio.
Um vazio tão com cara de nada.
Lembranças vazias,
cheia de um nada doloroso.

Asi nomás

E enquanto eu bebo
imagino poesia com sua imagem
Reconheço seu rosto em cada rosto novo.

Os olhos repuxados, pequenos
excesso de pálpebra.

Depois uma barba meio espessa
maxilar projetado

Um parrudo infantil
uma contradição pueril

Então imagino um par de nádegas
somente revelados na intimidade
Desgastado pelo cotidiano.

Meio caídos
meio duros
típico da raça branca jovem

No fim
a noite acaba
e o re-conhecimento também,
Eis um estado de recordação
Eis um coração fragilizado
Impossibilitado de recomeçar.

É, pois então, que
o dúbio plano de fundo
antecipa a realidade:

Fui vencida pelo fetiche da masculinidade.