segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Mandarino cambia

Aqui já não encontro mais a planta de mandarina que estava, a enfermedad que a acometeu assomada à secura e ao calor do verão deixou-a murcha e papi teve de decepar seus ramos e parte de seu tronco.
Um galho de uma das goiabeiras também foi podado.

Mudanzas, elas acontecem. As coisas seguem e se desenvolvem com certa independencia. E esta relação é que às vezes me apavora. Tudo o que é dotado de vida, naturalmente nasce, cresce, seca e um dia apodrece. E mais certo é que nascerão e apodrecerão, as otras fases poderão faltar. É inexorável, é inevitavel. O princípio e um suposto fin já estão assegurados. E nisto encontro a independencia.
Durante este ano que estive fora, as coisas que mais se notam de diferente são justamente a ausencia destas plantas. Isto é o que os meus olhos me revelam, o que de físico se mostra, já que eles ocupavam um lugar que hoje está vazio.
O mais importante, as mudanzas mais relevantes não as posso perceber de um golpe de vista.
Talvez elas nem tenham ocorrido. Porque estas modificações que menciono não acontecem com plantas, pedras, construções (ah, a casa está passando por uma reforma), atacam senão às pessoas. E as pessoas são mais duras a cambios. O fato é que de imediato não notei diferenzas nas pessoas. Aqui as mudanzas são lentas.
Entre o surgir e o desaparecer, o que há de indepente, existe um percurso que não é tão autónomo assim. Se eu estivesse por aqui antes e tivesse tempo de cuidar da mandarineira, seguramente hoje ela estaria ali fora dando frutos. Poderia ter interferido neste processo. Mas não estive por aqui e pasó lo que pasó.

O mesmo se aplica às pessoas.
Foi bom ter vindo ano passado, o pequeno, pela primeira vez, tomou consciencia de minha existencia e agora há pouco, quando cheguei da rua, pude notar sua alegria ao me rever.Fiquei sabendo também que por um bom período depois que parti pela primeira vez, ele perguntou por mim. São visitas esporádicas que realizo, mas que considero importantes para contribuir con mudanzas na vida dos que amo.

Enquanto escrevo o pequeno corre por meu colo, questionando as letras e não me deixa um só segundo.
Me aborrezo em pensar que a minha contribuição é pequena, porém me alegro ao notar que este mínimo é de intensa e franca valencia.
Durante nossos processos muitas são as pessoas que cruzam nossas estradas. E destas, algumas nos atropelam, "fazendo-nos" sofrer, outras nos acompanham por um largo rato, alegrandonos, outras ainda, nem nos atropelam e tampoco nos acompanham, passam como um feto, prematuro mesmo, abortado.
Não importa quem são estas pessoas, não importa de que maneira as conhecemos, vale que elas se tornam especiais e parecem revelar uma ligação muito mais do que efêmera, muito além, mucho más allá, do que um ciclo de surgir e desaparecer. Com elas vamos topando a cada percurso ... e se não a modificamos, elas nos modificam.

2 comentários:

  1. Gostei muito do texto, da mistura de linguas, das sensacoes e reflexoes descritas. A ideia de que o mundo nao é o mesmo nem por um instante da as vezes vontade de gritar de aflicao. E a mudanca que as pessoas, mesmo que passageiras, deixam em nos, é indescritivelmente essencial para continuarmos caminhando, sei la pra onde.

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  2. Durante nuestros procesos son muchas las personas que cruzan nuestras sendas. Y entre estas personas, algunas nos atropellan, "haciendonos" sufrir, otras nos acompañan por un largo rato, alegrandonos, otras aun, ni nos atropellan tampoco nos acompañan, pasan como un feto, prematuro realmente, abortado.
    No importa quienes son estas personas, no importa la manera como las conecemos, vale que ellas se vuelven especiales y parecen revelarnos una unión mucho mas que efímera, muito além, mucho más allá que un simple ciclo de surgir y desaparecer. Con ellas vamos chocando a cada percurso ... y si no las modificamos, ellas nos modifican a nosotros.

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